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Situação Crítica

Situação Crítica

29/05/12

The cherry saga.

(Se é a primeira vez que estão a ouvir da Saga das Cerejas, consultar o post anterior.)

 

Continuamos sem pistas, apesar de termos diminuído a nossa lista de suspeitas. No entanto, depois do presente que me foi deixado à porta, estamos todas num clima de tensão. A palavra «psicopata» já foi atirada ao ar umas quantas vezes e já se fala em fazer uma pequena colecta para comprar um colete de forças.

E a cereja no topo do bolo (ah, a ironia), foi a nossa visita diária ao café do bairro. Como clientes assíduas, o dono costuma trazer-nos tremoços ou amendoins por conta da casa. Hoje, contudo, a história foi outra, tendo em conta que ele se aproximou da mesa com um belo prato de...cerejas. Não tive coragem de lhes tocar. Todo um trauma passou a residir dentro de mim.

Começo a pensar que vivo numa espécia de Matrix e tenho de seguir as cerejas como o Neo tinha de seguir o coelho branco.

29/05/12

The game is afoot.

Viver numa residência feminina tem as suas particularidades. Isto inclui, claro, as guerras internas (mais conhecidas por catfights), a roupa interior encontrada espalhada e sem dono aparente, a partilha descarada de momentos demasiado pessoais e, como não podia deixar de ser, os mitos daquilo que fulana vez no Verão passado. Eu isto aguento. Não andei a ver séries como The O.C. e Dawson's Creek durante a minha infância e adolescência para nada. No entanto, quando começam a vir a luz mistérios e furtos, a coisa começa a ficar mais interessante.

Ontem, alguém comeu as minhas cerejas. E não só fizeram isso como também acharam que seria giro cuspir os caroços (limpos de forma exímia, devo acrescentar) para dentro da caixa que continha as mesmas. Quando inquéritos começaram a ser feitos sobre a autora desta actividade crminosa, parecia que ninguém gostava de cerejas ou estava em casa na altura do acontecimento. Aquando dos interrogatórios, toda a gente foi avisada de que nova proeza seria seriamente sancionada caso a culpada viesse a ser descoberta. Fez-se, portanto, uma lista de suspeitas, apesar de sermos obrigadas a dar por terminada a actividade investigativa devido a falta de indícios. 

Por volta da uma da manhã, no entanto, abri a porta do quarto e, no chão, em perigo de ser pisado, encontrava-se um guardanapo sobre o qual estavam cuidadosamente empilhados caroços de cereja. Não se via nem ouvia vivalma na escuridão. O mistério adensa-se.

25/05/12

10 conselhos para estudantes de medicina (ou prospectivos).

1. Arranja um grupo sólido de amigos. Estar-se sozinho na faculdade (especialmente nesta área) é como estar abandonado no meio da selva. É simplesmente impossível fazer-se isto isolado.

2. Aprende a distinguir o pessoal do profissional. Por vezes, os amigos não são os parceiros de trabalho ideais, e deves ser capaz de respeitar isso.

3. Não te rias das palavras mama, recto, pénis ou qualquer outra qualquer expressão que tenha remotamente potencial para a comédia. Cancro peniano não é um tema divertido e o professor vai achar-te completamente irresponsável.
4. Aprende a amar livros. Apaixonadamente. Como o fogo cego do desejo.
5. Aceita que os livros não te vão amar de volta.
6. Abraça o falhanço. Ele vai vir inevitavelmente e aceitá-lo é o primeiro passo para aprender com ele.
7. Consciencializa-se que isto não é House/Grey's Anatomy/E.R. ou afins. Durante algum tempo, o único contacto que vais ter com doenças fantásticas é nos livros ou revistas médicas.
8. Habitua-te a ouvir médicos dizer coisas como: «E depois a cabeça caiu. Foi ESPECTACULAR.»
9. Os exames vão ser assim: «M.P., mulher de 43 anos, tem uma filha com 8 anos de idade. Ela tem apresentado queixas de cefaleias, febre, fadiga e feridas na cavidade oral. O médico assistente decidiu levar a cabo uma bateria de testes. Uma das técnicas laboratoriais é a esposa deste médico. A sua irmã está grávida de 6 meses e caiu das escadas. Não sofreu qualquer sequela, mas o gato assustou-se. Ela decidiu ir ao supermercado comprar-lhe comida. O dono do estabelecimento é indiano. Quais são os músculos da coifa dos rotadores?»
10. Vais amar medicina. E no dia seguinte odiá-la. Depois vais amá-la de novo. Acontece. Mas vais deliciar-te com cada momento fabulosamente miserável.

 

(Quem já me seguia no Stethoscope Killer já viu isto, mas ainda assim quis transferir para aqui.)

24/05/12

Memórias de uma roadtrip.

Sentados no sofá lado a lado, silêncio, luz ténue, oito da noite da primavera a meio. Um levanta-se para pôr música no telemóvel, Bohemian Rapsody. O Mercury era um senhor. Acenámos com a cabeça, porque o cansaço era demasiado para falar e tínhamos medo da nostalgia ou da saudade. Havia fome, mas o pão era do dia anterior e o estômago era o reflexo das garrafas vazias no chão. No entanto, a lucidez deixava passar a preocupação do sofá estar partido e a caução fazer jeito mais tarde. Nem que fosse para postais ou comer laranjas na praia. Estava a acontecer uma osmose qualquer.

23/05/12

How to study for finals.

Já me disseram que tenho uns métodos de estudo retorcidos. Não é que eu faça macumbas aos livros nem abane penas de corvo antes de mudar de página, mas não sou rato de biblioteca. Gosto de ter pessoas a falar à minha volta, um burburinho suave e contínuo que me leve suavemente àquele ponto no limiar da concentração que abre as portas da memória. Sem faltar a minha tigelada de café a ferver, como é óbvio, e comida. Montes dela. O modo estudo faz com que o meu cérebro lance um feitiço de extensão ao meu estômago e o transforme num poço sem fundo. Uma meloa, um quilo de cerejas, tostas com manteiga, iogurtes, bolo de laranja com passas, ovo, frango estufado e ananás aos cubos contam-se entre as vítimas mortais. (inserir momento de pausa para ler Looking for Alaska e ver episódios de Poirot) Há algo de mágico em acabar um marcador fluorescente, como alcançar aquele momento do achievement unlocked. Parece que temos menos pela frente, que afinal sabemos qualquer coisa. E depois vem o momento de glória, em que escrevemos qualquer coisa na margem do livro, um detalhe insignificante mas que não está lá e nós sabemos. Joy to the world.

Já vou no segundo bloco de folhas, oral daqui a uma semana. Porque é que tenho vontade de rir?

 

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